Leio na versão portuguesa do "Courrier" que no Niger, África ocidental, existem 43000 escravos. Desde o ano passado que a coisa passou a ser proibida, mas ainda pouco mudou.
"Os cativos descendem de negros subjugados em guerras ou raptados. «As mulheres fazem as tarefas domésticas; o dono nunca levanta um dedo» (...) As crianças escravas podem ser oferecidas ou fazer parte de um dote. Separam-nas das mães, para quebrar os laços familiares. As raparigas são frequentemente violadas pelos donos e obrigadas a casar. Um jornal nigerino contou que um homem foi castrado por desobedecer. Os escravos vivem em abrigos improvisados, ao lado das tendas do dono...".
Por que não sabemos nós mais destas situações? Por que não se interessam os media pelo assunto? Por que nunca ouvimos os nossos condoídos "defensores da vida" e da "dignidade da pessoa humana" a falar do assunto; a recolher assinaturas de protesto; a juntar fundos para apoiar os que no terreno lutam contra esta situação? Claro que são "apenas" pretos sem nada, do outro lado do mundo, mas não poderia a hipocrisia cristã fingir, de vez em quando, que se preocupa com males que já deveriam ter sido erradicados da face da terra?

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